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Disciplinado e não tão fã assim de um ‘mé’: documentário desmistifica o trapalhão Mussum

A cineasta Susanna Lira vai lançar no dia 4 abril em circuito nacional o documentário «Mussum – Um Filme do Cacildis», sobre a vida do o humorista e sambista Antonio Carlos Bernardo Gomes.

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O longa mostra o outro lado do personagem escrachado que encarnava um malandro beberrão nos filmes e episódios dos Trapalhões.

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«Muita gente acha que o Antonio Carlos era um alcoólatra, mas ele bebia socialmente. Tinha uma relação de humor com a bebida. A gente desmistifica isso no filme. Apesar de ter cinco filhos com cinco mulheres diferentes, era um pai presente», disse Susanna.

Com formação militar (ele foi Cabo do Exército), Gomes tinha rigidez com os compromissos profissionais e era disciplinado. Ele morreu aos 53 anos, em 1994, depois de complicações por causa de um transplante de coração.

O documentário joga luz sobre o talento musical de Mussum e aborda a difícil escolha de abandonar o grupo Originais do Samba para se dedicar exclusivamente ao quarteto liderado por Renato Aragão.

Seria impossível manter as duas rotinas. Antes de decidir deixar o grupo, Mussum tinha construído uma sólida carreira como músico e compositor. Exímio tocador de reco-reco, ele nunca deixou de tocar.

Preconceito

O filme também revela que Antonio Carlos Bernardo Gomes não admitia preconceito, apesar de brincar o assunto em suas esquetes.

Na vida real, Mussum não deixava que o chamassem de «negão». «Ele jamais aturou qualquer comentário racista», contou a documentarista.

A narração do longa foi feita pelo ator Lázaro Ramos, que também fez uma consultoria de roteiro. O documentário foi finalizado no ano passado e foi bem recebido nos festivais.

«O Antonio Carlos Bernardes só teve um personagem. Sempre fiquei muito fascinada com a maneira como esses atores conviviam com a persona», disse Susanna.

Antes de Mussum, a cineasta fez um filme sobre o personagem Zé Bonitinho, do ator Jorge Loredo, chamado «Câmara Close».

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