Virginia Giuffre acusa o príncipe Andrew de forçá-la a fazer sexo com ele três vezes, entre 1999 e 2002.
Virginia Giuffre (antes conhecida como Virginia Roberts) processou o príncipe Andrew em Nova York, nos Estados Unidos, por ter abusado sexualmente dela quando tinha 17 anos. Em entrevista à People, ela disse: «Hoje meu advogado entrou com uma ação contra o príncipe Andrew por abuso sexual sob a Lei das Vítimas de Crianças. Conforme o processo apresenta em detalhes, fui traficada para ele e abusada sexualmente por ele».
Virginia acusa o príncipe Andrew de forçá-la a fazer sexo com ele três vezes, entre 1999 e 2002. Em sua defesa, o príncipe Andrew contestou as acusações e disse que não poderiam ser verdade. A declaração de Giuffre à People continua: «Estou responsabilizando o Príncipe Andrew pelo que ele fez comigo. Os poderosos e os ricos não estão isentos de serem responsabilizados por suas ações. Espero que outras vítimas vejam que é possível não viver em silêncio e medo, mas para recuperar a própria vida falando e exigindo justiça. Não tomei essa decisão levianamente. Como mãe e esposa, minha família vem em primeiro lugar e sei que essa ação me sujeitará a mais ataques do príncipe Andrew e seus substitutos, mas eu sabia que se eu não prosseguisse com essa ação, eu estaria decepcionando as vítimas em todos os lugares”.
Quem é o Príncipe Andrew “na fila do pão”?
O Príncipe Andrew é o terceiro filho da Rainha Elizabeth II e também conhecido como Duque de York. Em novembro de 2019, ele foi afastado oficialmente dos deveres reais devido à repercussão da sua amizade com Jeffrey Epstein, um bilionário americano que se suicidou na cadeia após ser acusado por exploração sexual e abuso de crianças e adolescentes. Em agosto de 2019, Epstein foi encontrado morto em sua cela, em um presídio nos Estados Unidos, enquanto aguardava julgamento pelas acusações apresentadas.
Na época, Andrew classificou a sua relação com Jeffrey como um “grande problema” para a Família Real britânica. Através de um comunicado, ele disse que compreendia a dor das vítimas de Epstein e que “todo mundo foi afetado e que, de alguma forma, quer que o caso se encerre”.
A relação entre os dois foi confirmada após a divulgação de um vídeo que mostrava o Príncipe Andrew na mansão de Epstein, em Nova York, em uma festa. A imprensa britânica passou a cobrar explicações sobre o quanto o Duque de York sabia sobre os crimes de Epstein.
Uma das vítimas de Epstein foi Virgina Giuffre, que disse que conheceu o Príncipe Andrew em 2001, quando eles jantaram juntos e depois foram a uma boate em Londres. De acordo com o depoimento dela, os dois teriam tido relações sexuais. Hoje Virginia tem 37 anos mas, em 2001, ela tinha 17 anos.
Em entrevista ao programa Newsnight, da BBC, Andrew disse que “ainda” não se arrependia da amizade com Epstein e que teve “alguns resultados muito benéficos” através do relacionamento amistoso dos dois. Ele negou ter tido alguma relação sexual com Virgina Giuffre e disse que estaria investigando a possibilidade de uma foto de ambos, usada por Virginia como prova, fosse falsa. “Não acredito que seja uma foto minha em Londres porque, quando saio em Londres, uso terno e gravata. Isso é o que eu descreveria como minhas roupas de viagem, (que uso) se eu estiver indo para o exterior. Ninguém pode provar se a fotografia foi ou não manipulada, mas não me lembro de ter sido tirada”, disse ele na época.
O fato é que, depois desse escândalo ter vindo à tona e envolvido um membro da Família Real britânica, Andrew perdeu não só a sua posição como membro sênior da Coroa, mas também negócios e parcerias que fazia com empresas.
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O que acontece agora?
Sigrid McCawley, sócia-gerente da Boies Schiller Flexner, escritório de advocacia que está representando Giuffre, disse à People que o caso de seu cliente prova que ninguém está acima da lei. «O registro desta denúncia prova que independentemente de poder, privilégio ou mesmo ser um príncipe, ninguém está acima da lei nos Estados Unidos e todos os perpetradores de abuso devem ser responsabilizados», disse McCawley.
No último domingo, em resposta a relatórios anteriores sobre o processo judicial iminente, o advogado de Giuffre, David Boies, disse ao jornal britânico Daily Mail que o filho da rainha Elizabeth não respondeu às ofertas para resolver suas reivindicações fora do tribunal. De acordo com a Lei das Vítimas Infantis de Nova York, Giuffre teria até o próximo sábado, 14 de agosto, para entrar com o processo de ação civil.
O processo «seria baseado no fato de ela ter sido emprestada ao príncipe Andrew por sexo por Jeffrey Epstein e ser menor de 18 anos», disse Boies ao Daily Mail. Isso incluiria alegações de «violações sexuais impróprias, sofrimento físico e emocional».
Agora que uma ação civil foi ajuizada, o Príncipe Andrew pode ser forçado a ser interrogado sob juramento e entregar textos, e-mails e cartas particulares relacionadas ao caso.