Novo reforço do Santos, Nilmar foi apresentado na tarde desta segunda-feira sob desconfiança por estar em inatividade há mais de um ano. Livre de contrato com o Al-Nasr, dos Emirados Árabes Unidos, o atacante assinou até o final de 2018 com o clube da Vila Belmiro sabendo que precisará lidar com as dúvidas sobre se ainda pode atuar em alto nível. Por isso, declarou que encara a oportunidade como um resgate na sua carreira e garantiu estar muito motivado para vestir a camisa do Santos.
«Como fiquei sem jogar, sabia que ia encarar isso em qualquer lugar. Um jogador com o meu histórico ficar um sem ano jogar gera desconfiança. Minha motivação está dentro de mim. Eu tenho responsabilidade de voltar ao alto nível. Venho para me resgatar Encontrei grandes profissionais aqui e eles sabem o tamanho do meu desejo de voltar a jogar», disse.
Nilmar também reconheceu que a desconfiança passa pelas graves lesões no joelho que teve durante a sua carreira. Mas assegurou que só a falta de condicionamento físico o impede de já estar à disposição do técnico Levir Culpi, o que deve demorar entre um e dois meses. «Estou praticamente morando no CT para voltar o mais rápido possível. Vim pela vontade de vencer e tenho condições de render», comentou.
Hoje com 32 anos, Nilmar admitiu que não chegou a criar identidade com um clube durante a sua carreira, ainda que tenha tido três passagens pelo Internacional, tanto que os três anos que ficou no Villarreal foi o maior período consecutivo em que ficou em uma equipe. Mas ele defendeu as opções feitas na sua carreira e garantiu o desejo de cumprir o seu contrato no Santos
«Eu fiquei três anos na Espanha e joguei mais pelo Inter. Todas as minhas negociações tiveram as três partes de acordo. É sempre bom ficar mais tempo no clube para criar identidade, mas atacante, quando está bem, vem o pessoal de fora e leva. A carreira é curta e as oportunidades aparecem. Tive carreira sólida em termos contratuais», afirmou. «Quero ficar um ano e meio no Santos, quem sabe até mais, correspondendo dentro do clube», acrescentou.
O reforço santista explicou que a grande inatividade – não disputa uma partida oficial desde maio de 2016 – se deve a um desentendimento com a diretoria do Al Nasr. Ele optou por não aceitar uma proposta de transferência e, em resposta, foi «encostado» pelo clube dos Emirados Árabes Unidos.
«Levei toda a família e queria ficar pelo menos dois anos lá. Depois de uma temporada, alguns clubes procuraram, mas não era compensatório pela parte financeira e de vida, com filhos no colégio e família adaptada. Acabou fechando a janela, contrataram outros e eu não fui inscrito. Participava de treinos e amistosos. É difícil explicar, só quem está lá sabe o que eu passei», disse.
Para ficar com a vaga no comando do ataque do Santos, Nilmar precisará superar a concorrência de Ricardo Oliveira, um artilheiro histórico do clube, e de Kayke, jogador que mais marcou gols pelo clube em 2017. O reforço, então, adotou o discurso de que a disputa fará bem ao time. Quem ganha é o Santos. Cada um vai buscar o seu espaço. O Levir vai ter muitas opções. Espero que todos joguem em alto nível e que eu possa brigar também», concluiu Nilmar, motivado com a chance recebida do Santos.