A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que, caso seja necessário, o governo federal autorizará o uso das Forças Armadas para conter manifestações no período da Copa do Mundo. Durante entrevista a rádios de Alagoas, ela afirmou que o Planalto mantém contato com as secretarias de segurança pública dos Estados das 12 cidades-sede do mundial.
Segundo a presidente, o plano prevê uma atuação conjunta entre a Força Nacional de Segurança, a Polícia Federal e os Estados. “Se necessário, as Forças Armadas serão acionadas”, disse a presidente.
Dilma aproveitou para criticar o uso de máscaras durante os protestos. Para ela, grupos que utilizam a tática black block são contrários à democracia.“Pessoas que escondem o rosto para se manifestar não são democratas.”
A presidente disse que o Planalto enviará um projeto ao Congresso que enquadra os crimes praticados durante manifestações. “A violência já levou a uma coisa terrível, que foi a morte de um pai de família”, disse, lembrando da morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade, atingindo por um rojão durante uma manifestação no centro do Rio.
Ministério da Defesa
O governo federal prevê um investimento de R$ 1,9 bilhão em ações de segurança durante a Copa. Segundo o plano de ação, as Forças Armadas serão utilizadas apenas no controle do espaço aéreo, das fronteiras e na segurança cibernética. Um contingente de 1,4 mil homens das Forças Armadas está sendo preparado para atuar nas cidades-sede.
Reforço desnecessário
O Comando da Polícia de São Paulo avalia como desnecessário o envio de tropas para evitar tumultos durante a Copa. Segundo a corporação, um efetivo de pelo menos 2 mil policiais está preparado para agir.
A PM tem monitorado a troca de informações entre os organizadores de manifestações nas redes sociais. Além disso, policiais estão identificando os líderes desses grupos.
Polícia está bem preparada
Na avaliação do coronel da reserva José Vicente, o Exército não está preparado para lidar com o tipo de manifestação que vem ocorrendo no país, tendo como único instrumento o uso da força.
Para ele, as polícias dos Estados estão mais bem preparadas para atuar nesse tipo de situação.
“O Exército ainda usa cachorros em manifestações. A PM de São Paulo aboliu essa prática devido à dificuldade para controlar os animais. Forças Armadas só em último caso”, diz José Vicente.