O governo dos Estados Unidos enviou nesta segunda-feira missões aéreas tripuladas para a Nigéria com o objetivo de rastrear as mais de 200 adolescentes sequestradas, enquanto especialistas americanos analisam cada detalhe do novo vídeo divulgado pelos sequestradores em busca de pistas do cativeiro.
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«Compartilhamos imagens de satélite comerciais com os nigerianos e estamos fazendo voos pilotados de espionagem, vigilância e reconhecimento sobre a Nigéria com a autorização de seu governo», disse um funcionário americano, que pediu para não ser identificado.
Washington não informou o tipo de aeronave, nem de onde teriam partido.
O vídeo divulgado pelo grupo islâmico Boko Haram, no qual aparecem cerca de 130 meninas e adolescentes, está sendo analisado por especialistas americanos.
Os Estados Unidos «vão aproveitar cada indício que permita dar segurança para a libertação das meninas», disse a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, em um comunicado divulgado nesta segunda.
Psaki acrescentou que os EUA não têm «qualquer razão para duvidar da autenticidade» do material.
Na gravação, o chefe do grupo armado, Abubakar Shekau, fala durante 17 minutos e aparece sorrindo, de uniforme militar e com um fuzil apoiado no ombro. Ele se pronuncia em árabe e, então, em hauçá (a língua mais falada no norte do país) e assume a responsabilidade pelo sequestro coletivo em Chibok.
Em troca das adolescentes, o Boko Haram exige a libertação de membros do grupo presos pelo governo nigeriano.
Ao todo, 276 estudantes foram feitas reféns, em 14 de abril em Chibok, no estado de Borno (nordeste), um dos redutos do Boko Haram. Desse total, 223 meninas continuam em poder do grupo. De maioria muçulmana, esse estado também conta com uma significativa comunidade cristã.