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Em São Paulo, Leptospirose mata ‘mais’ que a dengue

Em tempos de intensa preocupação com as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti –dengue, zika e chikungunya–, um mal antigo continua presente e matando mais gente que o contrai do que a dengue: a leptospirose.

No ano passado, a doença registrou sua maior taxa de letalidade desde 2011. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, foram 162 casos e 22 mortes –a cada sete pessoas infectadas com leptospirose, uma morreu.

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Embora o total absoluto de óbitos por dengue no ano passado tenha sido maior, 25, houve cerca de 100 mil casos da doença na cidade. Então, a cada 4 mil infectados, um morreu em decorrência de dengue.

A leptospirose é uma praga urbana transmitida por uma bactéria presente na urina dos ratos ao entrar em contato com alguma parte do corpo lesionada.

Após o contágio, a pessoa demora duas semanas para apresentar os sintomas – dor no corpo, especialmente na panturrilha, e febre. Ela pode evoluir para quadros mais graves, como insuficiência renal.

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Na época das chuvas, o número de infectados cresce, pois a água das inundações transporta a urina infectada. Até o secretário da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou em entrevista recente que a água das chuvas traz mais preocupação com leptospirose do que dengue.

O biólogo do CCZ (Controle de Zoonoses) Gladyston Costa conta que há ações do governo de combate à praga urbana em áreas periféricas ou sujeitas a inundação. Ele disse que o uso de raticida – veneno para ratos – não é suficiente.

Para o infectologista Ricardo Cantarim, a leptospirose não recebe a devida atenção. “É uma doença que foi deixada de lado no século 21 pois afeta as camadas mais pobres, diferentemente do que ocorre com a  dengue, que atinge também os mais ricos”, disse.

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