Diante do afastamento da presidente Dilma Rousseff, um grupo de deputados contrários ao impeachment realizou na tarde desta quarta-feira um ato no Salão Verde da Câmara dos Deputados para denunciar o “golpe contra a democracia”. Eles também prometeram votar contra projetos que venham ser encaminhados pelo vice-presidente da República, Michel Temer, caso ele assuma a Presidência interinamente.
O grupo formado por parlamentares do PT, PCdoB, PDT recebeu apoio do PSOL e de setores da Rede Sustentabilidade e de outros partidos. Segundo o vice-líder do governo Dilma, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), os deputados não veem um eventual governo Temer como legítimo. “O governo Temer não é legítimo e não reconheceremos nenhuma assinatura que venha dele”, afirmou Pimenta se referindo a posição contrária a possíveis projetos encaminhados por Temer à Câmara.
Temer deve adotar tom de pacificação em discurso de posse
Os deputados argumentaram que Temer deverá propor iniciativas que retiram direitos sociais de trabalhadores. “Não queremos que o povo seja lesado mais uma vez com esse golpe. Eles querem fazer a entrega do pré-sal, acabar com as políticas sociais, direitos dos trabalhadores e com a política de aumento real do salário mínimo… mas vamos para as ruas denunciar”, emendou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ).
Líder do PT, Afonso Florence (BA) disse que o partido adotará a obstrução como uma das estratégias para tentar barrar possíveis projetos de Temer. “O PT vai fazer obstrução, mas naqueles pontos de interesse do povo trabalhador”, adiantou Florence. “Michel Temer está executando o golpe que hoje está sendo votado. Portanto, o governo dele é ilegítimo e que não será reconhecido pelo PT e por amplas parcelas da sociedade brasileira, que está se opondo nas ruas contra o golpe que tenta retirar direitos das trabalhadoras”, acrescentou.