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Lava Jato lança nova fase com base em delações da Odebrecht

A Polícia Federal lançou nesta terça-feira uma nova fase da operação Lava Jato para cumprir mandados judiciais autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados a pessoas com foro privilegiado, em um ação deflagrada com base nas delações de executivos da Odebrecht, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com a PGR, foram cumpridas ações cautelares baseadas em informações das delações premiadas de executivos da empreiteira homologadas pelo Supremo, que já passam a ser provas, mas essa fase da operação Lava Jato não faz parte de inquéritos pedidos pelo Procuradoria ao STF.

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A Procuradoria não divulgou os nomes dos alvos dos mandados judiciais, mas disse que as investigações tratam de pessoas com prerrogativa de foro.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), é um dos envolvidos na operação. Segundo nota divulgada por sua defesa, Eunício «autorizou que fossem solicitadas doações, na forma da lei, a sua campanha ao governo do Estado do Ceará» na eleição de 2014. «O senador tem a convicção de que a verdade dos fatos, prevalecerá», finaliza a nota.

Segundo o canal de TV GloboNews, os mandados judiciais desta terça-feira também estão ligados aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Humberto Costa (PT-PE), mas os políticos não são alvos diretos da ação.

Os mandados estão sendo cumpridos nos Estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, segundo a emissora.

A operação é a primeira autorizada pelo Supremo com base nos acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht com a operação Lava Jato.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao STF 83 pedidos de abertura de inquérito com base nas delações.

A Odebrecht é uma de várias grandes empreiteiras que pagaram propinas milionárias a políticos e executivos de estatais, especialmente a Petrobras, durante anos, dentro do esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato.

Segundo os procuradores da operação, até 350 novas investigações serão iniciadas em decorrência da leva de depoimentos de executivos da empresa, revelando como a corrupção percorre todo o espectro político, das menores cidades aos escalões mais altos do governo.

A Polícia Federal não tinha comentários de imediato sobre a ação.

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