A Petrobras decidiu elevar em 12,2% em média o preço do botijão de gás de até 13 kg a partir desta quarta-feira (6) nas refinarias. Segundo a estatal, a alta ocorreu devido a estoques muito baixos e eventos extraordinários, como os impactos da tempestade Harvey na maior região exportadora mundial de gás liquefeito de petróleo, nos Estados Unidos.
O aumento é o maior desde o início da nova política de preços para o GLP, em junho deste ano. Após o primeiro reajuste de 6,7%, o gás de cozinha teve o preço reduzido em 4,5% em julho. Em agosto, houve elevação de 6,9%.
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O ajuste do gás de cozinha anunciado na terça-feira (5), aplicado aos preços sem tributos, representará uma alta média de 4,2%, ou cerca de R$ 2,44 por botijão se for integralmente repassado aos preços ao consumidor, diz a estatal.
Em outro comunicado, a empresa informou ainda um reajuste de 2,5% nos preços de comercialização às distribuidoras do GLP destinado aos usos industrial e comercial.
Segundo a Petrobras, o cenário de baixa oferta e de alta na cotação externa foi considerado no ajuste do gás residencial. A empresa sinalizou ainda que novos reajustes podem estar a caminho, após avaliação de seu Gemp (Grupo Executivo de Mercado e Preços). “A correção aplicada neste momento não repassa integralmente a variação de preços do mercado internacional. Uma nova avaliação do comportamento deste mercado será feita pelo Gemp em 21 de setembro”, disse.
A Petrobras observou que a região de Houston (Texas), afetada pelo Harvey, é a maior exportadora mundial de GLP, atendendo mercados importadores como Europa e Extremo Oriente.
“Com a chegada do furacão Harvey na semana passada, tanto a produção quanto os terminais do Golfo americano foram impactados e permanecem fora de operação. Assim, a menor disponibilidade de GLP provocou aumento de preço nos mercados consumidores, incluindo o Brasil”, explicou a companhia.
Além disso, os preços já vinham sendo afetados por estoques em níveis próximos do mínimo observados nos últimos cinco anos nos Estados Unidos. “Avaliações de mercado chegaram a apontar que o estoque não atingiria níveis considerados confortáveis para fazer frente ao período de inverno no Hemisfério Norte”, disse a Petrobras.
A tempestade não afetou somente o mercado de gás, causando também a disparada nos preços externos da gasolina na semana passada, o que levou a Petrobras a aplicar fortes reajustes nos últimos dias.