A fabricante de automóveis Caoa anunciou nesta terça-feira a intenção de compra da fábrica da Ford, em São Bernardo (SP). Até outubro, as partes conduzirão um processo de diligência prévia, para definir detalhes do negócio, como os valores da transação. O investimento, embora não oficializado, deve ficar acima de R$ 1 bilhão.
O acordo foi comunicado ontem pelo governador João Doria (PSDB), ao lado do presidente do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, do secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, e do CEO da Ford na América do Sul, Lyle Watters, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
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“Definimos que essa operação será feita em duas etapas. Primeiro, temos um ‘due diligence’, em que entre 35 e 45 dias teremos a posição definitiva”, disse o governador. Após declarar que há um “bom entendimento” entre o Grupo Caoa e a Ford, Doria projetou a segunda etapa, quando então deverão ser anunciados os detalhes dos investimentos e da compra definitiva da unidade fabril paulista.
A fábrica da Ford em São Bernardo emprega cerca de 2.600 funcionários. Inicialmente, o Grupo Caoa deverá manter a produção da linha de caminhões Cargo, empregando 850 funcionários desse quadro. Ainda há negociações para manter a sede da montadora norte-americana no local, garantindo o emprego de 600 pessoas. Entretanto, o futuro de aproximadamente 1.100 trabalhadores segue incerto.
O Grupo Caoa também projetou futuramente a fabricação de um novo modelo de carro na fábrica, mas sem marca definida.
Quem é a Caoa:
Tudo começou com calote
Caoa é o acrônimo de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, médico paraibano que em 1979 recebeu uma concessionária falida em São Paulo como ressarcimento pelo carro que ele havia comprado nela e acabou não sendo entregue. Na década de 1980, o Grupo Caoa se tornou o maior revendedor Ford da América Latina. Nos anos 1990, com a abertura das importações de veículos, além da Ford, o Grupo Caoa passou a representar no Brasil as marcas Renault, Subaru e Hyundai. Até que em 2017 o empresário deu seu maior salto até então: comprou 50,7% das operações brasileiras da fabricante chinesa Chery, passando a ser a responsável pela fabricação e distribuição da marca no Brasil.