O trabalho remoto, também conhecido como «home office» ou teletrabalho, é possível apenas para 22,7% das ocupações no Brasil. A estimativa foi produzida por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgada nesta quarta-feira (3) em nota técnica do Ipea.
O maior potencial de probabilidade de home office está em profissionais de ciências e intelectuais (65%), seguidos por diretores e gerentes (61%) e trabalhadores administrativos (41%).
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Vendedores e trabalhadores do setor de serviços tem potencial de apenas 12% para trabalhar remotamente. Profissionais do setor de construção e mecânica, somente 8%.
Já para membros das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares, a probabilidade de teletrabalho foi estimada em 0%, assim como para operadores de instalações e máquinas e montadores, para ocupações elementares e para trabalhadores qualificados da agropecuária, florestais, da caça e pesca.
Ainda, a cada região do país, este percentual pode ser maior ou menor, refletindo as desigualdades geográficas do Brasil. Ele é maior no Distrito Federal (31,6%), e menor em Rondônia (16,7%).
O estudo assinado por Felipe Martins e Geraldo Góes, do Ipea, e José Antônio Sena, do IBGE, utiliza metodologia internacional adotada por pesquisadores da Universidade de Chicago.
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro têm potencial de trabalho remoto de 27,7% e 26,7%, respectivamente. O restante do país tem percentuais menores que a média de 22,7%, sendo os menores no Piauí, com 15,6%, Pará, com 16%, e Rondônia.