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Brasil ganha em emprego formal, mas ano ainda é ruim

Em um ano marcado por uma paralisação quase geral da economia causada pelo novo coronavírus, agosto trouxe números para se comemorar sobre emprego.

Em um ano marcado por uma paralisação quase geral da economia causada pelo novo coronavírus, agosto trouxe números para se comemorar sobre emprego. Dados divulgados na quarta-feira (30) pelo governo federal mostram saldo positivo de 249.388 vagas com carteira assinada no mês. O resultado é o melhor nos últimos 10 anos para agosto. É a segunda marca azul desde o início da pandemia, em março. Julho já havia terminado com a criação de 141.190.

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“Superamos a fase em que tentávamos manter os sinais vitais da economia brasileira. (…). Estamos realmente voltando em V e o mercado de trabalho registra isso”, comemorou o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na avaliação dele, o programa de redução de jornada e de salários e de suspensão de contratos de trabalho foi fundamental para preservar empregos no país durante a pandemia. A equipe de Guedes disse na quarta que a ação será prorrogada até o fim do ano.

Mas as marcas positivas ainda não são suficientes para salvar 2020. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o balanço de janeiro a agosto é negativo, com as demissões superando as admissões em 849.387. Apenas no mês de abril, o pior da crise da covid-19 para a economia, foram menos 934 mil postos.

O cenário ruim foi reforçado também na quarta pela divulgação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Diferentemente do Caged, que capta apenas postos com carteira assinada registrados pelas empresas, a Pnad traz também informações sobre os trabalhadores informais, números baseados em entrevistas realizadas com uma amostra da população.

De acordo com a divulgação, referente ao período do trimestre de maio, junho e julho, a taxa de desocupação foi recorde da série história iniciada em 2012, alcançando 13,8%. A população sem emprego chegou a 13,1 milhões de pessoas, aumento de 300 mil frente ao trimestre móvel anterior e subiu 4,5% em relação mesmo trimestre de 2019.

Os recordes ruins não param por aí. A população ocupada recuou para 82 milhões, o menor contingente da série, queda de 8,1% em relação ao trimestre anterior. O nível de ocupação também foi o mais baixo desde 2012, atingindo 47,1%, caindo 4,5 pontos frente ao trimestre anterior.

Outro indicador que está no menor patamar na série histórica é a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), que chegou a 95,2 milhões de brasileiros, com queda de 6,8%. A redução se deve principalmente ao aumento no número de pessoas que desistiram de procurar emprego e por isso não aparecem mais na estatística. Os chamados desalentados alcançaram recorde de  5,8 milhões de pessoas.

“Além de tirar o trabalho, a pandemia também impossibilitou sua procura, ou por conta das medidas restritivas, ou porque as atividades econômicas estavam suspensas ou, ainda, por questões de saúde pessoal”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Para a pesquisadora, os impactos da pandemia foram desastrosos para os empregos. “Os resultados das últimas cinco divulgações mostram uma retração muito grande na população ocupada. É um acúmulo de perdas que leva a esses patamares negativos.”

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