Os especialistas que compõem o centro de contingência contra a covid-19 e que assessoram o governo do estado são contra possíveis flexibilizações na quarentena, definida pelo Plano São Paulo.
Hoje, parte do estado está na fase 1-vermelha e parte na fase 2-laranja, mas todas as regiões adotam a etapa mais restritiva todos os dias durante à noite (entre 20h e 6h) e nos fins de semana, o que tem obrigado o fechamento do comércio, restaurantes e parques nestes períodos.
Em função da diminuição de 8% no número de internações, o governo passou admitir a possibilidade de retirar essa restrição adicional.
O anúncio sobre essa mudança pontual pode ser feito nesta quarta-feira (3). Já a reclassificação geral das regiões no plano está marcada para sexta-feira.
Mas para o centro de contingência, ainda não é hora de relaxar as regras. Médico infectologista e integrante do comitê, Marcos Boulos disse na terça-feira (2) à Rádio Bandeirantes que o grupo sugeriu a manutenção das restrições em reunião com o governo.
“A sugestão é não mexer, não flexibilizar. Qualquer tentativa de liberar, hoje nós não somos favoráveis”, disse o médico, enfatizando que as incertezas sobre as novas variantes do coronavírus também têm causado preocupações.
Vaivém e protestos
O estado todo está sendo colocado na fase 1-vermelha durante à noite e nos fins de semana desde o último dia 25 de janeiro. Inicialmente, a restrição valeria até 7 de fevereiro, mas a medida pode ser revista nesta quarta.
Antes disso, todo o estado já havia experimentado esse fechamento dos serviços não essenciais durante seis dias em dezembro, no Natal e no Ano-Novo.
Além dos impedimentos para a população – e de possíveis confusões com o vaivém das regras – as restrições têm gerado protestos dos setores que são obrigados a fechar, como o dos bares e restaurantes.
Na semana passada, empresários e funcionários foram às ruas em diversas partes do estado cobrar a reabertura dos estabelecimentos. A possibilidade de suspender essas restrições foi anunciada na segunda-feira pelo governo, depois das manifestações.