O mercado financeiro vê fortes sinais de que o Brasil se aproxima de seu primeiro “carro voador”. Pelo menos foi esse o recado dado ontem, quando as ações da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) subiram 15,61% na Bolsa de Valores.
O bom desempenho veio depois de a empresa confirmar que negocia fusão da Eve, sua subsidiária responsável pelo desenvolvimento do novo veículo, com a norte-americana Zanite para combinação de negócios. Na segunda-feira, a empresa aérea brasileira já havia anunciado a encomenda de 50 dos novos veículos pelo Helisul Aviation, um dos maiores operadores de helicópteros da América Latina. Uma semana antes, outra reserva de 200 unidades foi confirmada para a Halo, companhia que fornece serviços de helicópteros e mobilidade aérea urbana privada nos Estados Unidos e no Reino Unido.
O “carro voador” em questão é o eVTOL, projetado para ser entregue em 2026. Ele ainda se parece bastante com um helicóptero, mas é movido a eletricidade e consegue realizar pousos e aterrissagens verticais, considerados avanços na modernizações dos veículos aéreos para transporte em cidades.
O anúncio da fusão com a norte-americana Zanite é visto como um aporte para “turbinar” o projeto, além de dar mais valor à empresa brasileira. Em comentário a clientes, os analistas Victor Mizusaki e Pedro Fontana, do Bradesco BBI, avaliam que a notícia positiva pode levar a Eve a atingir um valor de mercado de US$ 2 bilhões. A Embraer é avaliada em US$ 2,5 bilhões.
O comunicado de fato relevante feito à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela empresa brasileira destaca, porém, que o processo de aquisição está ainda “em discussão”.