Após serem criticados por acumular doses da vacina contra a covid-19 enquanto países pobres sofrem pela distribuição desigual, líderes das sete maiores economias mundiais se sentam à mesa a partir de hoje e prometem debater a democratização de vacinas e tecnologia para vencer a pandemia que já matou 3,7 milhões de pessoas no mundo.
Mesmo na dianteira de novos casos e mortes por covid-19 no mundo, o Brasil parece fora da mira das grandes nações. Após encher os brasileiros de esperança com o anúncio de 500 milhões de doses doadas ao mundo, o presidente Joe Biden contou ontem que os imunizantes serão destinados para países pobres “em extrema necessidade”, o que exclui o Brasil. A doação irá para os 92 países pobres listados pelo Covax, consórcio da OMS (Organização Mundial da Saúde), e pelo Gavi (Aliança Pela Vacina). Entre eles: Quênia, Afeganistão, Etiópia, Bolívia, Nicarágua e Nigéria.
“A América será o arsenal de vacinas em nossa luta contra a covid-19, assim como a América foi o arsenal da democracia durante a Segunda Guerra Mundial”, disse Biden ao marcar um esforço do país americano pela aliança de democracia no mundo como um “contrapeso” ao protagonismo da China.
O anúncio das doações americanas acontece na véspera da Cúpula do G7, que tem início hoje e dura até domingo, em Corbis Bay, no Reino Unido. Pela primeira vez desde a pandemia, o evento promete reunir os líderes: Boris Johnson (Reino Unido), Joe Biden (EUA), Angela Merkel (Alemanha), Justin Trudeau (Canadá), Yoshishide Suga (Japão), Emmanuel Macron (França) e Mário Draghi (Itália).
A expectativa é de que eles discutam desde os desafios em conjunto da pandemia de covid-19 até as mudanças climáticas e “garantindo que as pessoas em todos os lugares possam se beneficiar do comércio aberto, das mudanças tecnológicas e das descobertas científicas”, afirmou o governo do Reino Unido.
Boris Johnson, que lidera a presidência rotativa do G7 este ano e é o anfitrião da vez, pediu para que seus companheiros se comprometam, até o fim de 2021, com a distribuição de vacinas.
Biden na Europa
O encontro do G7 marca a primeira viagem de Joe Biden ao exterior como presidente norte-americano e marca um esforço da nação na aliança pela democracia mundial como “contrapeso” à China. Após participar do encontro com os líderes das maiores economias mundiais até domingo, Biden vai se encontrar no mesmo dia com a rainha Elizabeth no Castelo de Windsor, no Reino Unido. Depois, participará no Fórum da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Bruxelas, até terça-feira. No dia seguinte, se encontrará com o líder russo, Vladimir Putin, na Suíça.