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A nova onda do Ibirapuera: veja o que mudou no parque desde a concessão

Parque Ibirapuera começa a receber as primeiras intervenções e novidades trazidas pela iniciativa privada, que agora é quem o administra.

Desestatização. Mais popular dos parques de São Paulo começa a receber as primeiras intervenções e novidades trazidas pela iniciativa privada, que agora é quem o administra


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Velho conhecido dos paulistanos, o parque Ibirapuera, na zona sul, começa a se transformar pelas mãos da iniciativa privada.

A área verde deixou de ser administrada pela Prefeitura de São Paulo em outubro passado e está sob responsabilidade de um concessionário. O seu novo “dono” é a Urbia Parques, que venceu a licitação ainda em 2019 e pagou R$ 70,5 milhões de outorga para gerir o parque por 35 anos.

Como o fim do processo licitatório e a troca de gestão coincidiram com a chegada da pandemia (e suas diferentes fases de restrição), o público está retornando aos poucos e conhecendo as primeiras mudanças.

O serviço de estacionamento agora é privado, a segurança foi reforçada com 50 câmeras e espaços que antes eram de calçamento estão ganhando jardins e canteiros. Ao menos 22 mil metros quadrados de áreas que estavam compactadas – e sem poder de drenagem –, já foram recuperadas e ganharam novo gramado.

“Assim que nós assumimos, tratamos de olhar os principais problemas pela perspectiva do usuário”, disse ao Metro Jornal o diretor da Urbia, Samuel Lloyd.

Divulgação/Urbia Parques

De cara, a companhia atacou dois pontos fracos do parque: os banheiros, que eram um gargalo nos fins de semana, segundo a própria prefeitura admitiu, e o serviço de alimentação, que tinha a pior avaliação entre os frequentadores.

Os banheiros já foram revitalizados e até ganharam uma ampliação, com estrutura montada em contêiner, que é temporária.

Na alimentação, a lanchonete Sabor Ibira foi reformada, com mais opções no cardápio, e a Urbia reativou outra lanchonete que estava fechada, agora tocada pela Madureira Sucos. Além disso, a companhia está modificando o sistema de trabalho dos mais de cem ambulantes credenciados.

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A empresa criou uma central de distribuição dentro do parque, que vende para eles itens como água de coco e bebidas. Com isso, os comerciantes não precisam mais trazer os produtos de fora e nem mesmo sair para fazer reposições, que são garantidas pela central.

Os ambulantes também não precisam mais levar os carrinhos para casa, que agora ficam guardados no parque. A oferta de produtos ainda é baseada em alimentos industrializados, como salgadinhos, mas deverá ganhar mais opções saudáveis. “Estamos treinando os ambulantes e, no médio e longo prazo, queremos requalificar os carrinhos, que são antigos e precisam de nova apresentação”, disse Lloyd.

A Urbia também está testando um modelo de parceria com o iFood, que montou uma espécie de praça de alimentação, ocupada por seis restaurantes nos fins de semana. O cardápio fica disponível em QR Code, o cliente faz o pedido e depois recebe uma notificação para retirar.

Luccas Balacci/Metro

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Parceiros privados

O app é só uma das marcas que os frequentadores irão encontrar. A Urbia está fechando parcerias com empresas do ramo esportivo e com uma companhia de saúde e bem-estar, que vai assumir o serviço do ambulatório médico, que não havia até então e é outra novidade do parque.

“Temos outros contratos prestes a ser anunciados, mas o projeto é ter poucas marcas dentro do Ibirapuera. A ideia é que os locais de exposição sejam predeterminados.”

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Uma empresa de tecnologia, que vai oferecer internet para o público e está desenvolvendo um aplicativo para o Ibirapuera, vai entrar em breve nessa lista.
Segundo o diretor, a ideia da plataforma, que já foi testada, “é fazer com que as pessoas consigam resolver a sua vida no parque com um único aplicativo”. A ferramenta trará informações e serviços e permitirá até mesmo fazer a reserva de um espaço no gramado para dar uma festa ou piquenique.

Eventos com aglomeração ainda não são permitidos, mas a Urbia já se prepara para repetir atividades com controle, como a exibição de filmes para o público em bicicletas. No futuro, os shows no parque, que poderão ter cobrança de ingresso, serão uma das maiores fontes de renda da concessionária.

Juliano Palma Gomes/Divulgação

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Alguns preços já subiram

A concessão teve impacto também nos preços de produtos e serviços comercializados no parque. Ao Metro, frequentadores relataram alta nos preços do estacionamento, que não segue mais as regras da Zona Azul e fica mais caro dependendo do tempo de permanência (R$ 10 em dias úteis e R$ 12 aos fins de semana). Dentro do parque, o aluguel de bicicletas ficou mais caro, R$ 10 a primeira hora, e até os valores da água de coco subiram – variando agora de R$ 7 a R$ 16.

“O modelo da concessão por si só não causaria a repressão do público”, afirma o arquiteto Matheus Casimiro, professor do Mackenzie. “Agora, isso não quer dizer que não vai causar. O acompanhamento da gestão da concessão é o que vai garantir o fato de que ele não está se elitizando mais.”

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