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Teve contato com alguém diagnosticado com Varíola dos Macacos? Saiba como agir

Metro World News conversou com infectologista para entender melhor a transmissão da doença e como freá-la.

A Varíola dos Macacos segue se espalhando pelo Brasil e pelo mundo, forçando as autoridades a tomar providências. Por aqui, na última quinta-feira (4), o governo de São Paulo anunciou o lançamento de um plano de enfrentamento à doença, que definiu hospitais de retaguarda, rede credenciada de laboratórios para testagem e serviço de orientação para profissionais de saúde, além de protocolos de diagnóstico e assistência.

Paralelamente às medidas públicas, é preciso que cada um faça sua parte no combate ao vírus, a começar pelo esforço em frear sua disseminação. Então como agir ao tomar conhecimento de que se teve contato com alguém diagnosticado com a chamada Monkeypox?

Segundo o infectologista Marcelo Otsuka, membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), é preciso ter em mente que a transmissão da doença ocorre principalmente através do contato íntimo. “E quando se fala em contato íntimo, destaca-se a relação sexual. Não existe contato mais íntimo do que esse”, aponta.

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A grande questão, de acordo com o especialista, é o contato direto com as lesões na pele ou nas mucosas presentes na pessoa infectada. “O vírus está também no sêmen, mas o que se sabe até agora é que a quantidade encontrada nele é insuficiente para desencadear a doença”, ressalta.

O sexo, porém, não é a única forma de transmissão, como faz questão de lembrar Otsuka. “Basta verificar que temos casos de crianças infectadas, ou seja, que não foram acometidas pelo vírus dessa forma.”

Tempo de exposição, carga viral e outros fatores

O médico afirma que muitos são os fatores a serem levados em conta quando se trata da transmissão da Varíola dos Macacos, entre eles o tempo de exposição e a carga viral no momento do contato.

“Sabemos que a doença é transmitida com as lesões mesmo cicatrizadas, já com casquinha, o que não acontece no caso da catapora, por exemplo”, diz. “A transmissão mais significativa, porém, acontece no começo da doença e na fase das vesículas”, completa.

O compartilhamento de objetos, como toalhas, também pode fazer com que a doença se propague, assim como permanecer em ambientes fechados com pessoas contaminadas por um período, já que o contágio também ocorre por vias respiratórias por meio de gotículas quando há contato próximo.

Isolamento e assistência médica

Assim, ao ter se exposto a situações de risco, o primeiro passo é entender como anda seu sistema imunológico. “Se você tiver câncer ou Aids, por exemplo, a infecção exige mais atenção, pois a Varíola dos Macacos pode evoluir para um quadro mais grave”, diz o infectologista.

Otsuka lembra que o Brasil ainda não conta com medicação específica para o tratamento, mas que o Ministério da Saúde já solicitou o envio do antiviral tecovirimat. Ele será entregue ao País por intermédio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e destinado justamente a pacientes de maior complexidade.

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Assim como qualquer doença contagiosa, o médico frisa a importância do isolamento social para que a transmissão seja evitada. “Vale dizer também que o período de incubação do vírus pode chegar a três semanas. Neste período, o paciente precisa ser acompanhado e deve ficar atento ao surgimento de lesões cutâneas”, diz.

Na ausência da medicação apropriada e de uma vacina, o aconselhável é fazer repouso, se alimentar bem, investir no tratamento dos sintomas e buscar por informação especializada. “A orientação médica é sempre interessante. Além do mais, é importante que seja feito um mapeamento da doença através das notificações”, finaliza.

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