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Polícia prende 4 suspeitos de matar líder ambiental depois que laudo comprovou que ele não se afogou

Ferrugem, como era conhecido, desapareceu ao levar jovens para passeio de barco; ele foi achado morto dias depois

Quatro jovens foram presos suspeitos de envolvimento na morte do líder ambiental Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem. Ele desapareceu no início do mês ao sair de barco para levar o grupo para um passeio na Represa Billings, Zona Sul de São Paulo, e foi achado morto dias depois. Até então havia a suspeita de afogamento, mas um laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovou que ele morreu por asfixia mecânica e tinha uma marca no pescoço.

Segundo o laudo do IML, a lesão encontrada na vítima provavelmente foi feita por um mata-leão ou por um aperto com as mãos no pescoço. Além disso, não havia água nos pulmões de Ferrugem, o que comprova que ele não se afogou.

Assim, a Justiça decretou na quarta-feira (24) a prisão temporária dos quatro jovens que acompanhavam o líder ambiental no passeio. Logo depois do desaparecimento, eles foram ouvidos pela Polícia Civil e disseram que Ferrugem e uma outra jovem caíram na água depois de um tranco no barco. Porém, apenas a moça foi resgatada e o líder ambiental sumiu na represa. Agora, no entanto, o laudo do IML comprovou que ele foi morto antes de ser jogado na água.

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O advogado André Nino, que representa os quatro jovens, disse em entrevista ao site G1 que a prisão deles é injusta, já que eles negam qualquer agressão à vítima e dizem que foi um acidente. Um deles chegou a mencionar que tentou impedir que o líder ambiental se afogasse, mas logo ele desapareceu na água.

O defensor destacou, ainda, que aguarda uma audiência de custódia para esta quinta-feira (25). “A nosso ver não há nada que justifique a prisão porque eles não estão atrapalhando as investigações”, destacou Nino.

Por enquanto, os suspeitos estão no 101º Distrito Policial à disposição da Justiça.

Adolfo é formado em história e coordenava uma ONG de defesa do meio ambiente, a Meninos da Billings. A esposa dele, Uiara Duarte, acompanhou o trabalho dos bombeiros até que o corpo foi localizado, dias depois do desaparecimento.

Relembre o caso

De acordo com o boletim de ocorrência, Adolfo saiu por volta das 19h30 do dia 1º de agosto da região conhecida como Cantinho do Céu. Ele costumava fazer passeios pela Represa Billings e foi contratado por dois casais.

Em depoimento à polícia, um dos passageiros contou que logo após o início do passeio o barco deu um tranco e uma das jovens caiu na água. Ferrugem, então, mergulhou para resgatá-la. A garota foi salva pelos demais ocupantes da embarcação, mas o líder ambiental não foi mais encontrado.

Assim, os passageiros conduziram o barco de volta ao ponto de partida. Eles disseram que, ao chegar, foram agredidos por populares ao contar sobre o desaparecimento de Ferrugem.

O caso foi inicialmente registrado pela Polícia Civil como desaparecimento de pessoa, portanto, tratava-se de um boletim de ocorrência de natureza não criminal. No entanto, depois que o corpo de Ferrugem foi encontrado e o laudo apontou que ele morreu antes de cair na água, passou a ser investigado o homicídio e foi pedida a prisão temporária dos envolvidos.

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