Um site viralizou nas redes sociais depois que passou a divulgar críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. O endereço “bolsonaro.com.br” era usado por apoiadores, mas tudo mudou depois que Gabriel Baggio Thomaz, que se declara opositor do político, assumiu o domínio do endereço digital. O conteúdo passou a ter montagens com o rosto de Bolsonaro e o associar a demônios e a Adolf Hitler.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, pediu na quarta-feira (31) que a Polícia Federal abrisse uma investigação sobre o caso. Não se sabe se há relação, mas na manhã desta quinta-feira (1º) a página saiu do ar. Quem tentava acessar encontrava o aviso de que “não foi possível encontrar o endereço IP do servidor de bolsonaro.com.br”.
“Diante de tamanho ataque direto e grosseiro ao presidente Jair Bolsonaro, por meio de um site, requisitei ao Diretor-Geral da PF a instauração imediata de inquérito policial, para a devida apuração dos fatos”, escreveu Torres na mensagem divulgada em rede social.
No ofício enviado ao diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, Torres diz que as publicações no site “configuram, em tese, crime contra a honra do Senhor Presidente da República”.
Em uma das páginas, o autor do site destacava que ele se tratava de “uma galeria de arte digital e acervo jornalístico relacionado à família Bolsonaro”.
De acordo com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), Thomaz obteve o comando do site em 25 de janeiro deste ano e seguirá como o dono até 25 de janeiro de 2023.
Após a repercussão nas redes sociais, auxiliares do presidente encaminharam as informações para o jurídico da campanha dele, que destacou que pretende acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar recuperar o domínio site.
Quem é Gabriel Thomaz?
Gabriel Baggio Thomaz tem 29 anos, é filósofo e mora em Curitiba, no Paraná. Em entrevista a coluna “Radar”, da revista “Veja”, ele contou que, no ano passado, estava em busca de oportunidades no site “Registro.br”, responsável pelas atividades dos sites brasileiros, quando encontrou o “bolsonaro.com.br”, que estava inativo.
Assim, ele demonstrou interesse e foi aberto uma espécie de leilão pelo domínio, com lances que partiram de R$ 40.
O filósofo não revelou o quanto a página custou, mas cerca de 20 pessoas participaram do processo. Outro interessado ganhou a concorrência, mas, como não pagou, Thomaz fez uma nova oferta no início deste ano e venceu.
Thomaz admitiu ao “Radar” que não gosta de Bolsonaro, mas viu que a página tinha potencial. A ideia de começar a publicar críticas surgiu recentemente e ele destacou que está exercendo a “liberdade de expressão e fazendo uso da propriedade privada”, declarou.
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