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Aluno que ‘presenteou’ professora com esponja de aço alega ‘brincadeira’ em alusão ao Dia da Mulher e nega racismo

Ideia era dizer que ‘lugar de mulher é na cozinha’, disse o jovem em depoimento.

O aluno de 17 anos que “presenteou” uma professora com uma esponja de aço no DF (Distrito Federal) alegou, em depoimento à Polícia Civil, que o episódio se tratou de uma “brincadeira” em alusão ao Dia Internacional das Mulheres, sem conotação racista.

“Ele não negou que entregou o produto. Afirmou que não teve contexto racial e que a ideia era, segundo ele, fazer uma brincadeira alusiva ao Dia das Mulheres tentando sacanear a namorada e a professora no sentido de dizer que lugar de mulher é na cozinha”, contou o delegado-chefe adjunto da Delegacia da Criança e do Adolescente II, em Taguatinga, Flávio Messina, segundo “O Globo”. “Ele admite que houve uma referência machista e hoje reconhece que estava sendo ofensivo, mas nega o racismo”, completou.

O caso veio à tona depois que um vídeo feito por um colega do estudante começar a circular nas redes sociais. Além da professora, ele também deu uma esponja de aço para a namorada.

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Nas imagens, é possível ver quando o aluno do 3º ano do Ensino Médio se aproxima da mesa da professora e entrega um pacote. A mulher se mostra surpresa e, quando abre o embrulho, percebeu que se tratava de uma esponja de aço.

Uma aluna fala que ela não deveria receber aquele “presente” e, visivelmente constrangida, a docente disse: “Tudo o que vai, volta”.

A professora ainda agradeceu ao estudante, enquanto outros alunos caíram na gargalhada com a situação.

Repercussões

À TV Globo, a Secretaria de Educação do DF disse que “repudia qualquer tipo de preconceito e reforça compromisso e empenho na busca por elementos que permitam o esclarecimento dos fatos, bem como o suporte aos envolvidos”. A Pasta ressaltou que vai se reunir com a professora e o aluno para entender o que aconteceu, de fato.

A professora não quis se pronunciar. Já a diretora do colégio disse que os pais do estudante foram comunicados sobre o ato dele e que pediu para que ele se desculpasse em sala com a docente. Depois da repercussão, o garoto mudou a escola.

O Sinpro (Sindicato dos Professores do Distrito Federal) repudiou a atitude do aluno, destacou que ele cometeu um ato racista e pediu rigor na punição.

“É lamentável um episódio como esse contra uma professora em exercício de sua profissão dentro da sala de aula. Precisa ser apurado com o rigor da lei. É apenas mais um exemplo de como os professores muitas vezes são tratados em sala de aula. Os professores precisam ser valorizados, os professores merecem respeito”, disse Samuel Fernandes, presidente do Sinpro.

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