Osil Vicente Guedes, de 49 anos, que foi confundindo com um ladrão de moto e acabou sendo brutalmente espancado até a morte no Guarujá, no litoral de São Paulo, tinha levado uma surra “a mando da mulher” um dia antes. A denúncia foi feita por um irmão da vítima, que procurou a polícia e disse ter um áudio, no qual o homem relatou o motivo da confusão com a esposa.
Conforme reportagem do site G1, o irmão de Osil esteve no 2º Distrito Policial (DP) de Guarujá, na segunda-feira (8), quando contou que soube da briga do irmão com a mulher, que é psicóloga, e no dia seguinte foi surpreendido com a morte dele. A esposa da vítima ainda não foi ouvida pela polícia sobre o caso.
Osil foi morto na última quarta-feira (3), quando uma fake news foi espalhada no Guarujá e apontava que o homem, que era dono de uma empresa de reciclagem, era o autor do roubo de uma moto. A Polícia Militar foi acionada, mas, quando os agentes chegaram, a vítima já tinha sido espancada. Ela foi socorrida com ferimentos graves na cabeça e levada ao Hospital Santo Amaro, onde faleceu.
Em depoimento à polícia, o dono da motocicleta em questão contou que ele havia emprestado o veículo a Osil e que ele nunca cometeu um roubo. No entanto, a notícia falsa se espalhou e o homem acabou atacado com pedaços de madeira e até capacetes, enquanto estava no cruzamento entre a Rua Tambaú e a Avenida Oswaldo Cruz.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra quando a vítima foi linchada por populares (veja abaixo). Osil chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
ATENÇÃO - As imagens são fortes:
Agressor identificado
Segundo a Polícia Civil, um dos homens que aparece no vídeo agredindo Osil foi identificado. Em depoimento, ele contou que é ex-cunhado da vítima, mas negou que tenha participado do linchamento.
O suspeito, que não teve a identidade revelada, disse que não tinha contato com a vítima há algum tempo. Porém, a investigação aponta que ele apareceu no vídeo dando uma paulada e também agredindo a vítima com um capacete.
O caso inicialmente foi registrado como “lesão corporal” no 2º Distrito Policial (DP) de Guarujá, porém, passou a ser tratado como “homicídio” após a morte de Osil. As oitivas de testemunhas continuam.
Sem antecedentes criminais
Reportagem do site G1 mostra que Osil era dono de uma empresa de reciclagem no Guarujá e não tinha antecedentes criminais. Ele morava no bairro Vila Áurea, no distrito de Vicente de Carvalho, e era bastante querido pelos vizinhos.
Nas redes sociais, além do seu trabalho na empresa de reciclagem, ele costumava postar fotos com o filho de 9 anos.
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