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Vítima de fake news: polícia pede prisão de dois suspeitos de espancar homem até a morte em SP

Osil Guedes, 49, foi linchado após ser confundido com ladrão de moto; ele não tinha antecedentes criminais

A Polícia Civil pediu a prisão temporária de dois suspeitos de participar do linchamento de Osil Vicente Guedes, de 49 anos, que foi confundindo com um ladrão de moto e acabou sendo brutalmente espancado até a morte no Guarujá, no litoral de São Paulo. Um terceiro envolvido também já foi identificado pela investigação.

Entre os pedidos de prisão está o de Douglas William Santos da Silva, que é ex-cunhado da mulher de Osil. Ele prestou depoimento no 2º DP de Guarujá, na segunda-feira (8), quando negou ter participado do linchamento. O homem foi indiciado, mas acabou liberado, pois naquela data a prisão ainda não tinha sido solicitada.

Em entrevista ao site G1, o advogado Valdemir Batista Santana, que defende Douglas, destacou que seu cliente foi ao local das agressões “com a intenção de separar o que estava acontecendo, pois ficou indignado”.

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Para o advogado, o pedido de prisão temporária é algo “prematuro e desnecessário”, uma vez que o homem teria comparecido à delegacia “espontaneamente e com o objetivo de esclarecer” as cenas do espancamento. Ele também ressaltou que Douglas entregou à polícia o próprio celular com a senha. “A prisão não é necessária porque ele está colaborando com a apuração dos fatos”, concluiu.

Os nomes dos outros dois investigados não foi revelado pela investigação.

Relembre o caso

Osil foi morto na última quarta-feira (3), quando uma fake news foi espalhada no Guarujá e apontava que o homem, que era dono de uma empresa de reciclagem, era o autor do roubo de uma moto. A Polícia Militar foi acionada, mas, quando os agentes chegaram, a vítima já tinha sido espancada. Ela foi socorrida com ferimentos graves na cabeça e levada ao Hospital Santo Amaro, onde faleceu.

Em depoimento à polícia, o dono da motocicleta em questão contou que ele havia emprestado o veículo a Osil e que ele nunca cometeu um roubo. No entanto, a notícia falsa se espalhou e o homem acabou atacado com pedaços de madeira e até capacetes, enquanto estava no cruzamento entre a Rua Tambaú e a Avenida Oswaldo Cruz.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra quando a vítima foi linchada por populares (veja abaixo). Osil chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

ATENÇÃO - As imagens são fortes:

Vítima já tinha apanhado

Um irmão de Osil procurou a polícia e denunciou que a vítima tinha levado uma surra “a mando da mulher” um dia antes de ser linchado. Ele apresentou um áudio, no qual o homem relatou o motivo da confusão com a esposa.

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A mulher, identificada como Vanessa Regina Benedito Almeida, prestou depoimento à polícia e negou envolvimento com a agressão. Segundo ela, Osil “estava transtornado com o fim do relacionamento” e, por isso, os dois tinham discutido.

Além disso, Vanessa afirmou que, antes de ser linchado, Osil teria tentado invadir o local onde ela mora, o que fez com que ela acionasse a polícia.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o caso inicialmente foi registrado como “lesão corporal” no 2º Distrito Policial (DP) de Guarujá, porém, acabou modificado para “homicídio” após a morte de Osil.

Sem antecedentes criminais

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Reportagem do site G1 mostra que Osil era dono de uma empresa de reciclagem no Guarujá e não tinha antecedentes criminais. Ele morava no bairro Vila Áurea, no distrito de Vicente de Carvalho, e era bastante querido pelos vizinhos.

Nas redes sociais, além do seu trabalho na empresa de reciclagem, ele costumava postar fotos com o filho de 9 anos.

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