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Caçada chega ao fim: após 14 dias, polícia dos EUA recaptura brasileiro condenado à prisão perpétua

Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, estava foragido desde o último dia 31; buscas contaram com mais de 500 policiais

Após 14 dias de buscas, a polícia norte-americana prendeu na manhã desta quarta-feira (13) o brasileiro Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, que fugiu após ser condenado à prisão perpétua pela morte da maranhense Débora Evangelista Brandão, também de 34 anos, em Phoenixville, na Pensilvânia. A prisão ocorreu após uma verdadeira caçada, com direito oferta de recompensa de US$ 25 mil (cerca de R$ 123 mil) e a participação de mais de 500 policiais.

“A captura de Cavalcante dá fim ao pesadelo das duas últimas semanas, e agradecemos a cada um dos policiais regionais, estatuais e federais que saíram às ruas em todas as condições, dia e noite”, destacou o Departamento de Polícia da Pensilvânia, em um comunicado.

Cavalcante era procurado desde que escalou um muro para escapar da prisão do condado de Chester, na Pensilvânia, no dia 31 de agosto. Ele tinha acabado de ser condenado pela morte de Débora Evangelista, quando conseguiu escapar.

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No início desta semana , ele invadiu a casa de um morador e roubou um rifle, mas fugiu novamente. O nome dele entrou na lista vermelha da Interpol, a polícia internacional.

A polícia o classifica como sendo “perigoso” e informou que ele acabou sendo capturado. Uma coletiva de imprensa está prevista para essa manhã, onde as autoridades devem detalhar como foi a prisão.

Fuga

As autoridades publicaram um vídeo que mostra uma parte da fuga de Cavalcante da prisão de Chester County. Nas imagens é possível ver um detento sem camisa, em primeiro plano. Do lado esquerdo, em um corredor, aparece o brasileiro, que caminha até o fundo e inicia sua técnica para escalar a parede (assista abaixo).

No último sábado (9), uma câmera de segurança de uma loja o flagrou a cerca de 40 km do local onde fica a prisão, com barba e bigode raspados. Os agentes locais gravaram uma mensagem da mãe do brasileiro, em português, pedindo para ele se entregar. Esse áudio era tocado pelas viaturas durante as buscas pelo homem.

Em entrevista ao jornal “The New York Times”, cuja reportagem foi reproduzida pela “Folha de S.Paulo”, a mãe do homem, Iracema Cavalcante, revelou que nunca falou com a polícia norte-americana. No entanto, por meio da filha dela, Eleni Cavalcante, que agora foi presa e será deportada, enviou um áudio no qual pedia para que Danilo se entregasse.

Agora, depois da repercussão sobre a fuga dele, ela disse que hoje já vê o filho “como morto”. “Em um lugar estranho, pisoteado, todo mundo mentindo sobre ele, dizendo que ele é algo que não é”, ressaltou ela, que destacou que se pudesse mandar um novo recado diria que “ele peça a Deus que o perdoe pelo que fez”.

Por causa da fuga de Cavalcante, atrações turísticas chegaram a ser fechadas por tempo indeterminado e a orientação aos moradores era a de que acionassem as autoridades a qualquer suspeita da aproximação dele. Durante os dias em que ficou foragido, ele mudou a aparência, se escondeu na mata, roubou uma van que estava com a chave no contato e ainda trocou tiros com populares.

Prisão da irmã

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No domingo (10), Eleni Cavalcante foi detida pelo órgão de Imigração e Fiscalização Aduaneira dos EUA (ICE). Os detalhes sobre o motivo da prisão não foram revelados, mas ela deve ser deportada ao Brasil “o mais rápido possível”.

Conforme reportagem do jornal “Philadelphia Enquirer”, o tenente-coronel da Polícia do Estado da Pensilvânia, George Bivens citou que Eleni teve “alguns problemas de imigração”.

Ainda segundo o “Philadelphia Inquirer”, o brasileiro também entrou ilegalmente nos Estados Unidos. Segundo as autoridades, ele fugiu do Brasil após ter a prisão expedida pela morte de um homem, cometido no Tocantins, em 2018. Assim, seguiu até Porto Rico, onde obteve o documento falso e conseguiu entrar em território norte-americano.

Depois disso, passou a viver em Chester County, onde conheceu Débora Evangelista e os dois se relacionaram.

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Condenação por morte

Segundo a acusação, o homem não aceitava o fim do relacionamento e atacou Débora a facadas. Os dois filhos da mulher presenciaram o crime.

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O caso aconteceu no dia 18 de abril de 2021. Débora morava há cerca de cinco anos nos Estados Unidos e seus familiares contaram que a vítima tentou terminar o relacionamento com Cavalcante por várias vezes, mas ele se recusava e continuava insistindo.

Ainda conforme o processo, desde 2020 o homem fazia constantes ameaças, até que executou Débora. Ele foi preso no estado da Virgínia, mais ou menos 1h30 após o assassinato.

A promotora do caso, Deborah Ryan, disse durante o julgamento que o réu matou a vítima porque ela teria ameaçado de contar às autoridades de que ele já tinha sido acusado de assassinato no Brasil. “Ele teria sido exposto, e quis silenciá-la. É uma tragédia triste e sem sentido”, afirmou.

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Já o juiz Patrick Carmody disse que Danilo é egoísta e um “homem pequeno” por não admitir culpa e o sentenciou à prisão perpétua.

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