A Justiça concedeu liberdade provisória para o médico de 43 anos, que foi preso após fazer ofensas racistas contra uma chinesa, de 36, dentro de um avião que seguia de São Paulo para Manaus (AM). Apesar do crime ser inafiançável, o juiz Alexey Süüsmann, da 2° Vara Federal de Guarulhos, determinou o pagamento de R$ 10 mil para a soltura. O valor foi quitado na noite de quarta-feira (29).
Na decisão, o magistrado destacou que, em caso de condenação, o médico não seria sentenciado ao regime fechado. Dessa forma, ele considerou a manutenção da prisão “desproporcional” e estabeleceu a fiança, estipulada a partir da renda mensal indicada pelo detido, em torno de R$ 30 mil. Apesar da soltura, o homem seguirá respondendo pelas ofensas.
Relembre o caso
A confusão aconteceu na última terça-feira (28), em um voo da Latam que partiria do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com destino a Manaus. Os passageiros já estavam dentro do avião, quando o médico passou a xingar e a empurrar a mulher, que já estava sentada, e disse: “Chinesa dos infernos”.
Dois advogados que estavam nas proximidades testemunharam a cena e acionaram os comissários que, por sua vez, chamaram as autoridades. Eles prestaram depoimento e confirmaram as ofensas racistas.
O voo foi cancelado até a retirada do médico e oitiva das testemunhas. Segundo a PF, o médico foi autuado com base no art. 2º da lei 7.716/89, que criminaliza o racismo.
Em nota, a Latam disse apenas que solicitou apoio da Polícia Federal para realizar o desembarque de um passageiro antes da decolagem do voo e que, após o procedimento, a aeronave decolou às 11h32 de terça-feira.
O nome do médico não foi revelado, assim, a defesa dele não pôde ser localizada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
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