Fiscalizações realizadas em diversas cidades do país descobriram um golpe aplicado em postos de combustíveis para enganar os clientes. Por meio de “chips” instalados nas bombas, os golpistas conseguem entregar menos do que foi registrado nos equipamentos. Muitos motoristas não percebem as fraudes e ficam no prejuízo.
Conforme reportagem do “UOL”, os golpes da “bomba chipada” foram descobertos durante fiscalizações recentes realizadas em cidades como Campinas, no interior de São Paulo, e Cariacica, no Espírito Santo.
No interior paulista, a “Operação Fogo na Bomba” investigou oito postos de combustíveis suspeitos por fraudes, como sonegação fiscal e danos ao meio ambiente. Sete locais tiveram as bombas lacradas após a descoberta de que entregavam menos produtos do que tinha sido pago pelos consumidores.
Já no Espírito Santo, uma ação deflagrada pela Polícia Civil e Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES) prendeu o dono de um estabelecimento e um frentista, acusados de usarem os “chips” nas bombas para enganar os motoristas.
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Como funciona o golpe?
As autoridades alertam que, normalmente, os golpistas instalam “chips” nas bombas dos postos, que são controlados remotamente. Assim, quando o motorista indica o valor que quer no abastecimento, o sistema registra um volume maior do que o realmente entregue ao cliente.
Os golpistas colocam os valores nas bombas e, sem que o motorista perceba, acionam o dispositivo. Tudo é feito com muita discrição, sem chamar a atenção. Como muita gente não desce para conferir se as informações batem, acaba caindo no golpe e nem nota.
Ainda segundo as autoridades, muitas vezes essa prática é aplicada em momentos específicos, como aos fins de semana ou nos horários em que há um fluxo maior de abastecimentos.
Em dezembro de 2023, um esquema semelhante foi descoberto por policiais rodoviários enquanto abasteciam uma viatura em um posto de combustíveis na Rodovia Niterói-Manilha (BR-101), em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Na ocasião, os agentes perceberam que a bomba indicava 81,66 litros de diesel após o abastecimento. Porém, o carro da PRF só tem capacidade de acondicionar 76 litros no tanque.
Os policiais rodoviários solicitaram a aferição e a fraude foi comprovada (veja no vídeo abaixo). O dono do estabelecimento foi denunciado e o caso registrado como estelionato na 73ª DP (Neves).
@metropolesoficial Um posto de #gasolina no #Rio de Janeiro acabou virando alvo da Polícia Rodoviária Federal (#PRF) por suspeita de fraude. Em vídeo compartilhado nas redes sociais pela página Blitz RJ, neste sábado (23/12), um dos agentes desconfia de que o posto esteja "passando a perna" nos consumidores. De acordo com informações da página, os policiais abasteceram a viatura e perceberam que, na bomba, havia registro de 80 litros. Contudo, o oficial diz que o tanque do veículo suporta apenas 76 litros. Em outro momento, ele mostra que a mesma bomba informa ter abastecido 20 litros. No galão usado pelo policial, porém, a gasolina não chega à borda. Segundo a Blitz RJ, o gerente do posto foi preso. #TikTokNotícias ♬ som original - Metrópoles Oficial
Como evitar as fraudes?
Segundo a reportagem, existem algumas condutas que devem ser adotadas pelos motoristas para evitar os golpes da “bomba chipada”.
Entre elas, está a orientação de que o cliente deve sempre descer para acompanhar o abastecimento e confira, com atenção, se a quantidade de combustível solicitada foi mesmo colocada no veículo.
Também é importante verificar se o valor anunciado é o mesmo que consta na bomba e se, antes de começar o abastecimento, o equipamento está zerado.
O pagamento só deve ser feito ao término do abastecimento e, em caso de dúvidas, o cliente deve sim exigir a a conferência da bomba por meio do aferidor de 20L que todos os postos são obrigados a ter. Esse equipamento deve estar lacrado.
O consumidor também deve sempre exigir a nota fiscal e nela deve constar o valor pago e a quantidade de combustível entregue. Em caso de desconfiar de alguma fraudem, ele deve entrar em contato com a polícia e órgãos de fiscalização para que o local seja averiguado.