Foco

Piloto do Águia que sobrevoou praia no litoral de SP e machucou turista procura vítima e pede desculpas

Segundo o PM, a equipe se preocupou ao ver pessoas apontando em direção a um “tumulto” na areia

O piloto do helicóptero da Polícia Militar que sobrevoou sobre a faixa de areia em Praia Grande, no litoral de São Paulo, pediu desculpas pela ação a Cristina Mendes, de 54 anos. A turista teve a perna ferida por um guarda-sol, que voou com a pressão do vento gerada pela aeronave. Em publicação nas redes sociais, o capitão da PM afirmou que o acidente “servirá de aprendizado”. Depois da publicação, ele tornou sua conta no Instagram privada. O incidente ocorreu durante uma operação de prevenção realizada pelo helicóptero Águia 5, da PM, que sobrevoava a Praia do bairro Tupi na manhã de sábado (4).

Com a repercussão do caso, um vídeo do acidente foi compartilhado em uma página do Instagram. Nos comentários, o capitão da PM, Augusto Nacano, se identificou como um dos pilotos da aeronave. Ele explicou que a equipe percebeu um tumulto na praia e, acreditando se tratar de uma ocorrência, direcionou o helicóptero em direção à faixa de areia.

Cristina afirmou que não havia observado nenhum tumulto na praia no momento do incidente. Ela sofreu um corte profundo na perna direita, foi atendida no Pronto-Socorro Central, onde levou pontos e foi liberada.

Publicidad

A professora explicou que viajaria para Brotas (SP) na segunda-feira (6), mas o imprevisto interrompeu os planos. Após o acidente, o piloto a procurou pessoalmente para se desculpar. “Agora, só ando apoiada”, lamentou Cristina. Ela estava na praia com uma amiga quando, por volta das 11h, notou o helicóptero se aproximando da água. De repente, a aeronave voou em direção à areia.

A professora contou que ao ser atingida pensou que havia quebrado a perna. Ela não fraturou o membro, mas sofreu um corte: “Enorme e profundo”, disse. “O helicóptero ficou exatamente sobre o meu guarda-sol, bem próximo. Quando subiu rapidamente, a ventania provocada levou tudo”, recordou.

Cristina disse que, no momento do acidente, estava sentada e viu o guarda-sol indo em direção a ela muito rápido. A mulher contou ter esticado os braços na tentativa de se proteger, mas não conseguiu. “Sangrava muito, duas mulheres se revezavam fazendo a pressão com a canga da Lilian (amiga de Cristina)”, afirmou. “O socorro chegou com cerca de 30 minutos, eu acho, um filme de terror. O corte foi tão profundo que tomei pontos até no músculo. Férias canceladas! Dor e medicação”.

Leia mais:

Helicóptero da PM sobrevoa praia no litoral de SP e provoca corte na perna de uma banhista

O que disse estudante de medicina a PM antes de ser morto em SP; veja

No texto, o capitão Nacano afirmou ser piloto do Águia há nove anos e atuar no litoral paulista há sete, com experiência em ocorrências policiais e de salvamento. Segundo ele, no sábado (4), a equipe estava realizando um voo de prevenção e orientação a banhistas em áreas com risco de afogamento, quando observaram “algumas pessoas acenando da areia e apontando em uma direção com um breve tumulto”, o que, segundo o piloto, poderia indicar um ilícito ou alguém necessitando de socorro.

O capitão explicou que a aeronave ganhou altura para ir até a faixa de areia, mas não foi o suficiente e gerou o transtorno à população. “Quero deixar os meus mais sinceros sentimentos e preocupação com todos, e dizer que estou em contato pessoal com a vítima, prestando todo o apoio necessário”, afirmou.

Nacano reforçou que a corporação trabalha e treina ‘incessantemente’ para bem servir a população. Em nove anos, de acordo com ele, esta é a primeira vez que algo do tipo ocorreu e “com certeza servirá de aprendizado e melhoria contínua de nossas atividades”.

Em nota, o Comando de Aviação da PM reforçou o compromisso com a segurança durante seus sobrevoos, “sendo que atua na Operação Verão, no litoral paulista, desde 1988, e nestes 37 anos, nunca houve esse tipo de incidente, que lamentamos muito”.

Publicidad

O advogado Gilberto Silva, de 56 anos, estava com a família na mesma praia quando testemunhou o helicóptero sobrevoando a faixa de areia. “Um monte de tenda voando, guarda-sol voando”, lembra.

Ele contou que foi o pedaço do guarda-sol de um amigo que atingiu a vítima. Segundo Gilberto, a estrutura de madeira quebrou com a pressão do vento e cortou a mulher, que desmaiou. “Tinha muita gente correndo sem saber o que estava acontecendo”, disse.

Segundo Gilberto, o Águia da PM sobrevoava a faixa do mar, distante da areia. Em dado momento, o advogado viu um grupo de mulheres na faixa de areia, bem perto do mar, usando as mãos para fazer sinal de coração em direção ao helicóptero. De acordo com Gilberto, foi após esse momento que o piloto começou a sobrevoar a faixa de areia.

Siga-nos no:Google News

Conteúdo patrocinado

Últimas Notícias