A família da adolescente Victoria Manuely dos Santos, de 16 anos, denuncia que ela morreu após ser baleada em uma ação da Polícia Militar, em Guaianazes, na Zona Leste de São Paulo. Conforme os relatos, a garota estava com o irmão, que seria o alvo de uma abordagem, quando um dos PMs atirou e a acertou. A mãe da vítima, Vanessa Priscila dos Santos, diz que agentes não socorreram a filha, que só chegou ao hospital mais de 1 hora após o disparo e não resistiu.
O caso aconteceu na noite de quinta-feira (9). A genitora disse que estava com Victoria e o filho Cauê, com alguns amigos, na frente de um bar na Rua Capitão Pucci. Foi quando dois homens passaram correndo pelo local e o grupo decidiu ver o que estava acontecendo.
Os PMs, que vinham logo na sequência, abordaram Cauê. A irmã se aproximou, quando um dos agentes efetuou um disparo, que acertou a garota no tórax. “Meu filho disse: ‘eu não tenho nada a ver com isso, não tenho nada a ver com isso, me solta, me solta’. E aí ele [o PM] o jogou no chão e a arma disparou. Só ouvi o tiro, e minha filha jorrando sangue”, disse a mãe à TV Globo.
Vanessa afirma que, mesmo com a adolescente ferida, os policias continuaram a realizar a abordagem e não prestaram socorro imediato. A menina só foi levada ao Hospital Geral de Guaianases mais de 1 hora depois dos fatos, pelo Corpo de Bombeiros, mas teve a morte confirmada no local, já na madrugada desta sexta-feira (10).
“Foi muito feio, foi a pior coisa da minha vida, jorrou sangue, e eles [PMs] não levaram, não a socorreram. Pedi pelo amor de Deus. Ajoelhei ao pé do policial pra ele socorrer minha filha. Eles não socorreram. Eles estavam preocupados em colocar meu filho dentro da viatura”, lamentou Vanessa.
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Cauê, que possui antecedentes criminais por tráfico de drogas, foi detido sob a alegação de resistência à abordagem. Ele foi conduzido para o 50º Distrito Policial, no Itaim Paulista, onde o caso foi registrado.
Após a denúncia da família, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) lamentou a morte da adolescente e disse que “investiga todas as circunstâncias da ocorrência, ainda em andamento. A Polícia Civil busca imagens que possam esclarecer os fatos”.
Ainda segundo a pasta, a “Polícia Militar não compactua com excessos ou desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que desobedecem aos protocolos estabelecidos pela Corporação. Um Inquérito Policial Militar será aberto para investigar os fatos”, destacou.