A pista curta do aeroporto de Ubatuba, no litoral paulista, pode ter sido crucial para o acidente com um jatinho que deixou um morto e quatro feridos nesta quinta-feira (9). Especialistas apontam que o piloto se aproximou pelo sentido contrário ao recomendado, perdendo quase um terço do comprimento para a aterrissagem.
Um vídeo mostra o jatinho descendo e se aproximando da pista em Ubatuba. Em outra imagem, dá para ver o chão molhado pela chuva que havia caído horas antes. O jatinho sai da pista, atravessa uma avenida, o calçadão e uma praça, explode e só para no mar.
Uma asa parece ter sido arrancada com o impacto, provocando a explosão, que não atingiu totalmente a fuselagem. Isso teria favorecido que alguns dos ocupantes da aeronave sobrevivessem.
A pista do aeroporto de Ubatuba tem 940 metros de comprimento. O Cessna Citation 525 precisa de quase 790 metros para pousar com segurança.
Mas para o pouso em direção ao mar, a pista conta com cerca de 600 metros disponíveis, por causa das montanhas próximas. Além disso, segundo a Rede Voa, concessionária que administra o aeroporto, a pista estava molhada na hora do acidente, o que pode ter dificultado a frenagem do jatinho. Aviões costumam se aproximar vindo do mar, e não da serra, como fez o piloto da aeronave que explodiu.
Além da pista ser curta, ela opera somente no visual. Se estivesse seca, o espaço de parada é menor. Com a pista molhada, esse espaço aumenta. A pista molhada aumenta a necessidade de extensão para frenagem.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) enviou técnicos ao local. E informou que a conclusão da investigação terá o menor prazo possível.
O avião tinha saído de Mineiros, em Goiás, com destino a Ubatuba. O Cessna - que era de propriedade da família que estava a bordo - foi fabricado em 2008 e tinha situação regular na ANC, com certificado válido até setembro.