Um juiz de São Paulo é alvo de processo administrativo após ser acusado de levar garrafas de água do fórum onde atuava para casa.
A conduta do magistrado fez o consumo de água no local subir para 240 garrafas por mês; o que totaliza cerca de seis litros e meio de água consumidos todos os dias.
Nos autos, consta que o juiz enchia uma mochila com garrafas de água todas as vezes que ia ao fórum. Segundo o desembargador Ricardo Anafe, em fala durante seu voto como corregedor-geral da Justiça, «as garrafas de água ficavam na copa, ele passava na copa e retirava as garrafas. O Tribunal não tem ‘auxílio-água’. Foi um verdadeiro ‘auxílio-água’ estabelecido pelo magistrado».
O corregedor ainda levantou outros desvios de conduta cometidos pelo mesmo magistrado, como delegar a tarefa de conferir decisões a seus auxiliares, faltar a sessões do fórum e falar palavrões contra colegas de trabalho. Tais ações, junto aos «roubos» de água, ferem dispositivos da Lei Orgânica da Magistratura.
O desembargados Ferraz de Arruda, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, expressou espanto sobre o caso. «Onde já se viu levar garrafas de água para casa? Isso chega ao ponto do ridículo, aumentando os custos do tribunal», diz. «»Em todos esses anos de Órgão Especial, temos muitas surpresas ruins com infrações cometidas por magistrados. Mas essa seria cômica se não fosse trágica».