Você já viu algum daqueles filmes ou seriados policiais em que os agentes fazem reconhecimento facial de um suspeito, com o sistema marcando pontos no rosto que está na tela? Agora ele está disponível em São Paulo e, segundo o governador João Doria (PSDB), já será usado inclusive no policiamento durante o Carnaval.
Ele está disponível desde ontem, no novo Laboratório de Identificação Biométrica – Facial e Digital da Polícia Civil. O sistema já possui um banco de dados com cerca de 30 milhões de registros biométricos –coletados na emissão de RGs. Com o novo sistema, eles podem ser usados para comparar com dados colhidos, por exemplo, em cenas de crime, para auxiliar na investigação.
Além disso, ele pode ajudar a identificar pessoas que sofrem atropelamento, perdidas ou até vítimas de ocorrências como inundações.
E como funciona? Vivaldo Bretenitz, coordenador da Faculdade de Ciência e Computação da Universidade Mackenzie, explica: um software analisa a imagem do rosto de uma pessoa e a compara com uma base de dados. “O que é analisado: geometria da face, distância dos olhos, formato de olhos, boca, orelhas…”
Falhas
Mas a tecnologia é sujeita a falhas. Segundo Bretenitz, do Mackenzie, ela pode dar falsos “positivos”, quando aponta uma pessoa como sendo outra, ou “negativos”, quando não identifica que há o procurado em determinado local.
Doria foi questionado sobre casos que deram falsos positivos em outros estados e disse que, para combater essa possibilidade, é necessário “qualidade de equipamento e treinamento”. “Temos que ter cuidado no acompanhamento.”
Já o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, afirmou: “O reconhecimento facial não vai ser utilizado isoladamente como meio de prova. Nós vamos ‘linkar’ a outros procedimentos da Polícia Civil e formar um conjunto que vai determinar se um sujeito, que é o suspeito, praticou um delito ou não”.