As mortes por covid-19 entre recém-nascidos (bebês com menos de 28 dias de vida) representaram 9% de todos os óbitos provocados pela doença entre crianças e adolescentes, enquanto bebês com idade entre 28 dias até menos de 1 ano responderam por 28% dessas mortes.
A faixa etária de 1 ano concentrou 8% das mortes entre crianças e adolescentes e a de 2 anos, 5%. Com isso, as mortes de bebês de até 2 anos representaram cerca de 45% de todos os óbitos entre crianças e adolescentes por covid-19 no Brasil em 2020.
A pesquisa foi coordenada por Cristiano Boccolini, integrante do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz. Ele alerta que é mais comum que crianças e adolescentes tenham formas assintomáticas de covid-19, porém, eles não estão imunes a formas graves.
Boccolini ressalta que, para proteger as crianças, a vacinação de adultos deve ser acelerada, com prioridade para gestantes e lactantes. «Contudo, para conter a circulação do vírus e proteger nossas crianças, o uso de máscaras e o distanciamento social devem continuar, mesmo após a vacinação», afirma.
O pesquisador recomenda que mães com covid-19 continuem a amamentar os filhos se ambos tiverem condições físicas para tal, já que os benefícios da amamentação superam em muito os riscos de contaminação. Para minimizar a chance de transmissão, é preciso reforçar os cuidados por meio do uso de máscaras PFF2 e N-95, além de higiene das mãos.
A Fiocruz reforça que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso universal de máscaras de proteção a partir dos 12 anos de idade. «Entre crianças menores, o uso deve ser supervisionado e avaliado caso a caso. Crianças com menos de 5 anos não devem ser obrigadas a usar máscaras», diz o texto.