A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo indiciou o soldado Luan Felipe Alves Pereira por tentativa de homicídio na quarta-feira (18), por jogar um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo no dia 1 deste mês.
Além do soldado, outros seis agentes envolvidos no caso também foram indiciados: quatro por prevaricação, um por lesão corporal e outro por peculato culposo. Eles também estão afastados de suas funções.
O PM Luan Felipe Alves Pereira está preso desde o dia 5 de dezembro. O Inquérito Policial Militar segue para a Justiça Militar, e cabe ao órgão abrir vista para que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) possa oferecer denúncia, solicitar novas diligências ou pedir o arquivamento do caso.
Os policiais também respondem na esfera administrativa, que apura a conduta dos envolvidos, segundo a corregedoria. Durante as investigações, o órgão colheu o depoimento dos militares e individualizou a conduta de cada um.
O caso também é investigado em inquérito policial pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 2ª Seccional.
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O militar já foi acusado pela morte de um suspeito com 12 tiros após uma perseguição em Diadema, no ABC. O caso, que inicialmente tramitou na Justiça Militar, foi encaminhado à Justiça comum, sob suspeita de homicídio doloso, mas acabou arquivado em janeiro deste ano.
O caso
Em depoimento, o policial afirmou que o objetivo dele era imobilizar o homem após ele ter, supostamente, resistido a uma abordagem policial. Segundo o PM, a intenção era jogá-lo no chão – e não do muro.
Nas redes sociais, viralizou um vídeo que mostra um policial militar jogando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo. O caso ocorreu na noite do dia 1º de dezembro no bairro Vila Clara, na região de Cidade Ademar.
Nas imagens, é possível ver um policial pegando uma moto que está no chão e levantando. Outros dois agentes se aproximam. Depois, o primeiro PM encosta a moto perto da ponte. Na sequência, um quarto policial militar chega trazendo o homem. Ele se aproxima da beirada da ponte, segura o homem pela camiseta e o joga no rio.
A Secretaria da Segurança Pública determinou o afastamento imediato de 13 policiais militares envolvidos na ocorrência e a PM instaurou uma investigação para apurar os fatos.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) repudiou a ação de violência e disse que “providências serão tomadas”.
Pelas redes sociais, o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite disse que determinou o afastamento imediato dos policiais envolvidos na cena “lamentável”.
Em 4 de dezembro, a corregedoria representou contra Luan. O pedido foi aceito pela Justiça Militar no dia seguinte.