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PM que matou estudante de medicina com tiro à queima-roupa tem prisão solicitada: “Assumiu o risco”

Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi baleado por Guilherme Augusto Macedo durante uma abordagem em novembro passado

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do policial militar Guilherme Augusto Macedo, que atirou à queima-roupa e matou o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, em novembro do ano passado. O caso ocorreu durante uma abordagem na portaria de um hotel na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, e foi registrado em vídeo (veja abaixo).

O PM já tinha sido afastado das atividades e indiciado no Inquérito Policial Militar (IPM) por homicídio doloso.

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No entanto, o delegado Gabriel Tadeu Brienza Viera, responsável pelas investigações no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), destacou que, apesar de Marco Aurélio ter resistido à abordagem, o agente “assumiu o risco do resultado morte, porque usou ilegitimamente a arma de fogo para repelir uma suposta ameaça”.

Assim, na última sexta-feira (3), o delegado solicitou à Justiça a prisão preventiva do policial militar. Não há previsão de quando o pedido será analisado.

A defesa de Guilherme Augusto não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Relembre o caso

O estudante de medicina foi morto com um tiro à queima-roupa durante uma abordagem policial, na madrugada do dia 20 de novembro de 2024. O incidente ocorreu na escadaria de um hotel na Rua Cubatão, na Vila Mariana.

Marco Aurélio, estudante da Universidade Anhembi Morumbi, foi abordado por policiais militares durante um patrulhamento na região. De acordo com o boletim de ocorrência (BO), o jovem teria dado um tapa no retrovisor da viatura policial e fugido em seguida, entrando no Hotel Flor da Vila Mariana, onde estava hospedado com uma mulher.

Segundo os policiais na ocorrência, Marco Aurélio estava “bastante alterado e agressivo”, e teria resistido à abordagem policial. Os PMs dizem que Marco foi atingido quando “tentou subtrair” a arma de um deles. Por outro lado, as imagens registradas por câmeras de segurança contradizem a versão dos PMs.

Após o ocorrido, o jovem foi socorrido e levado ao Hospital Ipiranga, mas não resistiu aos ferimentos.

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De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), os PMs que participaram da ocorrência foram afastados dos cargos até o fim da investigação. Guilherme Augusto foi quem atirou e acabou indiciado por homicídio doloso durante o IPM.

Carta aberta

Quando a morte do estudante de medicina completou um mês, seu pai, Julio Cesar, compartilhou uma carta aberta ao presidente Lula pedindo justiça em relação ao caso.

Em desabafo nas redes sociais, ele revelou que o filho foi morto “da maneira mais cruel e covarde pelo estado de São Paulo e pelas mãos de membros da Polícia Militar com cumplicidade da hierarquia superior.”

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“Sinto a dor dilacerante, a angústia e a raiva de lembrar as últimas imagens dele, me pedindo para salvá-lo, deitado em uma sala de emergência, em choque hemorrágico, sussurrando: ‘pai, me ajuda’”, contou ele.

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